Os jogos de videogame vão invadir o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) em março do ano que vem, tornando-se parte do acervo da instituição, com sede em Manhattan.
O MoMA acaba de adquirir 14 games e espera aumentar rapidamente sua coleção para 40, declarou a encarregada do Departamento de Arquitetura e Design do museu, Paola Antonelli, no site do museu.
Entre os primeiros 14 "clássicos" que entrarão no museu em março de 2013 estão "Pac-Man" (1980) e "Tetris" (1984).
Completam a lista "Another World" (1991), "Myst" (1993), "SimCity 2000" (1994), "Vib-ribbon" (1999), "Katamari Damacy" (2004), "EVE Online" (2003), "Dwarf Fortress" (2006), "Portal" (2007), "Flow" (2006), "Passage" (2008) e "Canabalt" (2009).
Para Antonelli, os games não são apenas arte, mas também design e por isso o MoMA se focou neste último aspecto.
Esta não é primeira vez que um museu, ou mais precisamente o MoMA, expõe videojogos. Mas a forma como estes 14 títulos serão expostos é múltipla: dependendo da duração e mensagem dos jogos, eles serão mostrados sob a forma de uma demonstração e com tempo limitado de jogo, evitando frustrações por parte dos visitantes, ou através de emuladores quando o hardware original for demasiado frágil para reproduções constantes.
Ou serão ainda (no caso de jogos muito complexos e longos) resumidos sob a forma de uma demonstração explicativa do jogo. E depois há os universos sempre em expansão de títulos como EVE Online, por exemplo. Antonelli explica que, para contornar a impossibilidade da experiência total desses jogos, haverá visitas guiadas pelos mundos simulados destes jogos e explicações sobre o seu conceito.
“O nosso critério é enfatizar não só a qualidade visual e a experiência estética de cada jogo”, precisa a curadora, mas também “a elegância do código” de programação ou a relação do design com o comportamento do jogador, tendo para isso recorrido aos conselhos de peritos em todos os quadrantes, da conservação digital à crítica, passando pelo apoio legal.
A especificidade de integrar um videojogo (e que videojogos) no espólio de um museu, especialmente um dos mais visitados, divulgados e reverenciados do mundo, faz com que Antonelli sublinhe que há critérios muito específicos que presidem à escolha destes 14 títulos (ou de qualquer outro objecto ou item no MoMA) e dos seus sucessores – e que deixaram de fora outros tantos jogos populares.
Entre esses critérios merecem destaque a inovação no seu contexto de produção em termos de tecnologia e comportamento, a relevância cultural e histórica e a sua “expressão estética”, mas também questões práticas como o tempo dispendido no cumprir dos objectivos do jogo (o que pode determinar se é exposto e jogável pelo público) ou a sua gestão do espaço em termos de arquitectura e design.
by Jc Kenji
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